O Primo - 6ª Capitulo

Depois de alguns minutos minha mãe desceu.

– Acho melhor deixarem ela quieta, ela se acalmou, mas acho que nem amanhã ela vai se esquecer do que aconteceu hoje..

Apesar dessa confusão toda, eram apenas 19h10. O jantar já estava na mesa e faltava só Melanie para comer.

– Justin, você poderia levar comida para Melanie pra mim, por favor? – pediu minha tia.

– Sim tia.

– Aproveita e conversa com ela..

– Tudo bem. – peguei o prato de strogonoff e levei para o quarto de Mel.

Antes de chegar na porta, podia-se ouvir Melanie conversando em sussurros, provavelmente no telefone.

– Daqui a pouco eu estou ai, Will.. – Will, ela estava conversando com ele – O que vamos fazer ai, ein? – ela parecia bem ansiosa ao perguntar – Como assim é surpresa? ...Espero que seja inesquecível mesmo – risos – Ok, já estou indo ai, beijo eu te amo Will, tchau!

Não acredito que ela iria quebrar as ordens da minha tia e iria sair escondido!

– Então quer dizer que você vai sair? – disse entrando no quarto – Esse aqui é seu jantar, mas acho que eu vou dizer pra tia Verônica que você vai comer na casa do Will...

– Você não ouse mover um músculo se quer, pra ir contar a minha mãe que eu vou sair escondida! – disse ela em tom de ameaça.

– Mel, você é tão inocente, querida. Não percebe o quão desejada sexualmente você é por aquele cara, açha mesmo que vocês vão passar a noite inteira na casa dele assistindo Titanic e comendo pipoca? Se for mesmo isso que você está pensando, mude seus conceitos! – falei no tom mais calmo que pude.

– Você não sabe nada sobre o Will, ele é um desconhecido pra você! – ela disse chegando mais perto e usando um tom de voz mais calmo que o meu.

– Quer saber? Vá! Vai lá quebrar a cara com aquele idiota! Eu posso não conhecer ele, mas eu já conheci vários caras parecidos, verdadeiros idiotas, que tratam as garotas como um lixo depois de simplesmente levá-las pra cama!

Assim que acabei de dizer, minha face latejou. Sim, eu havia levado um tapa de Melanie, a menina que antigamente costumava me dar beijos no mesmo lugar que acabara de agredir. Fiquei com o rosto imóvel, fechei os olhos pra sentir o ardume se espalhar pela minha face e depois ir se amenizando. Ela rapidamente veio até mim e abraçou meu pescoço e pediu desculpas, mostrando-se arrependimento. Eu apenas tirei suas mãos de mim e sai do quarto com o prato de comida nas mãos.

– ...Ela não está com fome! – disse para minha tia, colocando o prato em cima da pia. – Não a incomodem, ela está precisando descansar! 

– E como foi a conversa com ela? – perguntou minha tia.

– Eu vou tomar banho! – disse saindo da cozinha sem ao menos responde-la.

Entrei no quarto de Mel para pegar minhas roupas e percebi que ela não estava mais lá, a janela estava aberta e havia uma escada apoiada fora da mesma. Bufei e peguei minhas peças de roupas, fechando a janela em seguida pra que ninguém percebesse que Melanie havia saído. Fui em direção ao banheiro, tranquei a porta – obvio – me despi e entrei de baixo daquela água escaldante que me fazia relaxar.

Depois de um tempo resolvi sair. Me enxuguei e me troquei, logo depois abri a porta e fui para o quarto. Agora já eram quase 21h, e eu estava com os olhos um pouco pesados. Coloquei o colchão no chão e arrumei meu travesseiro e meu cobertor sobre ele. Abri a janela e pude escutar a porta ao lado ser fechada, minha tia deveria estar indo dormir, assim como minha mãe havia feito a 20 minutos atrás.

Fiquei preocupado por Melanie não estar em casa. Deitei no colchão pra esperá-la chegar, mas logo eu não consegui ver mais nada.

Eu estava dormindo muito bem, quando fui acordado por sons de choro, e se eu não me engano, aquele choro era o de Melanie. Olhei para o lado e vi Mel ajoelhada aos pés da cama chorando horrores. Assim que percebeu que eu havia acordado, limpou as lagrimas que escorriam pelas bochechas rosadas e me olhou com carinha de “eu-preciso-de-um-abraço-e-não-de-criticas”.

– Você tinha razão, Justin! Como eu pude ser tão burra? Me desculpa. – dizia ela em meio de soluços.

Fui até ela e a abracei com todo o cuidado, em resposta ela me deu o abraço mais apertado que eu já ganhei e isso fez meu coração trincar.

Não falamos nada por um bom tempo. Afaguei seus cabelos na intenção de acalmá-la e em seguida beijei o topo de sua cabeça. A puxei pra cima da cama, me encostei na cabeceira e ela se apoiou sobre meu peito e continuei a afagar seus cabelos. Ela já estava bem mais calma.

– O que aconteceu, anjo? – decidi perguntar. Ela suspirou fundo e seguiu em frente;

– Will queria apenas sexo! Ele me tratava tão bem a todo esse tempo, e hoje ele foi totalmente agressivo quando eu recusei o fato dele querer me levar para seu quarto, e...

– E...? – perguntei fazendo com que ela seguisse em frente.

– E ele me bateu! – ela começou a chorar novamente. – Ele me deu um tapa na cara e me xingou dos piores nomes possíveis! – ela voltou a soluçar. 

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Postado por: Aline